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2 de outubro de 2012

Robin Fio, um designer inconfundível


Dia 29 de setembro de 2012 morreu, em Lisboa, o designer Robin Fior, um pensador livre e culto, que em muito contribuiu para dignificar a profissão e a arte que exerceu durante mais de meia década. Nascido em Londres, tinha 77 anos de idade, e vivia por paixão em Portugal desde 1972.

Era um designer de comunicação na verdadeira acepção da palavra, usando a arte da comunicação como forma de acção social. Ironicamente, no seu trabalho como designer, a síntese, a concisão e a simplicidade da palavra escrita era um dos elementos mais marcantes.

Atento, informado e independente construiu a sua visão de uma sociedade mais justa e equilibrada e usou o design de comunicação para aquilo que ele melhor representa: uma ferramenta de acção social.

A revolução de 25 de Abril de 1974 abriu a possibilidade das ideias se transformarem em realidades. Em 1976, foi um dos sócios fundadores da Associação Portuguesa de Designers, a primeira tentativa de criar um corpo representativo da profissão em Portugal. Integrou desde cedo o Ar.Co. onde leccionou design, e o seu discurso eclético, sustentado e carregado de subtilezas, fez da identidade visual desta escola uma referência no contexto nacional.

Robin Fior era um ser invulgar, aéreo, teimoso e surpreendente que marcou discretamente o design português. Inesquecível deste o primeiro contacto, era uma personagem única. Pouco dado a cedências e compromissos foi, por isso mesmo, uma figura pouco consensual e provocadora, nem sempre capaz de se expressar da melhor maneira, com um gosto ácido pela inconveniência e pela provocação. Era uma mente livre e brilhante que emergia numa forma de olhar radiosa, alegre… quase trocista. Conhecer melhor o seu trabalho e a forma como era feito prepara-nos para reconhecer o papel social do design de comunicação.
 

Fonte:
APD - Associação Portuguesa de Designers
(Foto: http://blogoperatorio.blogspot.pt/)

Mais informações:
Público
The Guardian
Arte Capital
Eye Magazine

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